quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Aprendendo a Perdoar...

Hoje, pedindo a Jesus um conselho sobre fatos que me foram informados, não podia receber mensagem mais oportuna do Evangelho Segundo o Espiritismo: Capítulo X - "Reconciliar-se com os Adversários". Sobre este assunto, encontrei o texto abaixo, que muito diz sobre o perdão.

Nosso conceito de perdão tanto pode facilitar quanto limitar nossa capacidade de perdoar. Por possuirmos crenças negativas de que perdoar é "ser apático" com os erros alheios, ou mesmo, é aceitar de forma passiva tudo o que os outros fizerem, é que vivemos achando que perdoamos, aceitando agressões, abusos, manipulações e desrespeito aos nossos direitos e limites pessoais, ficando, pois, impassíveis como se nada tivesse acontecendo.

Perdoar não é apoiar comportamentos que nos tragam dores físicas ou morais, não é fingir que tudo corre muito bem, quando sabemos que tudo em nossa volta está em ruínas. Perdoar não é “ser conivente" com as condutas inadequadas de parentes e amigos, mas perdoar é ter compaixão, ou seja, entendimento maior através do amor incondicional. Portanto, é um "modo de viver".
O ser humano, muitas vezes, confunde o "ato de perdoar" com a negação dos próprios sentimentos, emoções e anseios, reprimindo suas mágoas e usando supostamente o "perdão" como desculpa para fugir da realidade que, se assumida, poderia como conseqüência alterar toda uma vida de anos de relacionamento.
Uma das ferramentas básicas para alcançarmos o perdão real, é conseguirmos nos manter a uma certa "distância psíquica" da pessoa problema, ou das discussões, bem como dos diálogos mentais, que giram constantemente no nosso psiquismo, por estarmos enganados emocionalmente em envolvimentos neuróticos.
Ao desprendermo-nos mentalmente, passamos a usar de modo construtivo os poderes do nosso pensamento, evitando os "deveria ter falado ou agido" e eliminando de nossa produção imaginativa os acontecimentos infelizes e destrutivos que ocorreram conosco.
Em muitas ocasiões, nós elaboramos interpretações exageradas de suscetibilidade e caímos em impulsos estranhos e desequilibrados, que causam em nossa energia mental uma sobrecarga, tomando conta do cérebro o cansaço. A exaustão íntima é profunda.
A mente recheada de idéias desconexas dificulta o perdão, e somente desligando-nos da agressão ou do desrespeito ocorrido é que o pensamento sintoniza com as faixas da clareza e da nitidez, no processo denominado "renovação da atmosfera mental".
É fator imprescindível, ao "separar-nos" emocionalmente de acontecimentos e de criaturas em desequilíbrio, a terapia da prece, como forma de resgatar a harmonização de nosso "halo mental". Método sempre eficaz, restaura-nos os sentimentos de paz e serenidade, propiciando-nos maior facilidade de harmonização interior.
A qualidade do pensamento determina a "ideação" construtiva ou negativa, isto é, somos arquitetos de verdadeiros quadros mentais" que circulam sistematicamente em nossa própria órbita áurica. Por nossa capacidade de "gerar imagens" ser fenomenal, é que essas mesmas criações nos fazem ficar presos em"monoidéias". Desejaríamos tanto esquecer, mas somos forçados a lembrar repetidas vezes, pelo fenômeno "produção/conseqüência”.
Desligar-se ou desconectar-se não é um processo de nos tornar insensíveis e frios, comportando-nos como criaturas totalmente impermeáveis às ofensas e críticas, vivendo sempre numa atmosfera do tipo que "ninguém mais vai me atingir ou machucar". Desligar-se quer dizer deixar de alimentar-se das emoções alheias, desvinculando-se mentalmente dessas relações doentias de hipnoses magnéticas, de alucinações íntimas, de represálias, de desforras de qualquer matiz ou de problemas que não podemos solucionar no momento.
Ao soltarmo-nos vibracionalmente desses contextos complexos, ao desatar-nos desses fluidos que nos amarram a essas crises e conflitos existenciais, poderemos ter a grande chance de enxergar novas formas de resolver dificuldades com uma visão mais generalizada das coisas e de encontrar, cada vez mais, instrumentos adequados, para desenvolvermos a nobre tarefa de nos compreender e de compreendermos os outros.
Quando acreditamos que cada ser humano é capaz de resolver seus dramas, e é responsável perante seus feitos na vida, aceitamos fazer esse "distanciamento" mais facilmente, permitindo que eles sejam e se comportem como queiram, dando-nos também essa mesma liberdade.
Viver impondo certa "distância psicológica" às pessoas e às coisas problemáticas, sejam entes queridos difíceis, sejam companheiros complicados, não significa que deixaremos de nos importar com eles, ou de amá-los ou de perdoar-lhes, mas sim, de viver sem enlouquecer pela ânsia de tudo compreender, padecer, suportar e admitir.
Além do que, desligamento nos motiva ao perdão com maior facilidade, pelo grau de libertação mental que nos induz a viver sintonizados em nossa própria vida, e na plena afirmação positiva de que "tudo deverá tomar o curso certo, se minha mente estiver em serenidade".
Compreendendo, por fim, que ao promovermos "desconexão psicológica" teremos sempre mais habilidade e disponibilidade para perceber o processo que há por trás dos comportamentos agressivos, permitindo-nos não reagir da mesma maneira que o fazíamos, e sim olharmos "como é, e como está sendo feito" nosso modo de nos relacionar com os outros. Isso nos leva conseqüentemente a uma forma de começar entender a "dinâmica do perdão".
Uma das mais eficientes técnicas de perdoar é retomar o vital contato com nós mesmos, desligando-nos de toda e qualquer "intrusão mental", para logo em seguida buscar uma real empatia com as pessoas. Deixamos de ser vítimas de forças fora de nosso controle para transformarmo-nos em pessoas que criam sua própria realidade de vida, baseadas não nas críticas e ofensas do mundo, mas sim na sua percepção da realidade e da vontade própria

Texto retirado do site: http://www.spiritismo.de/Aula7int.htm

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