quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Perdoa-te (( sobre Maria de Magdalla ))

Conta-se que quando Maria de Magdala deixou-se penetrar pela mensagem do suave Rabí da Galiléia, uma onda de questionamentos lhe invadiu a alma.

Ela, a grande pecadora, que buscava o amor de forma equivocada, na tentativa de preencher o vazio da alma diante da proposta de amor que aquele homem singular lhe apresentara, pôs-se a meditar e sentiu-se uma mulher em escombros. Num lindo dia, daqueles em que a brisa da primavera traz consigo o perfume das flores para suavizar os caminhos dos que se debatem pelas estradas terrenas, ela travou um diálogo singular com o Messias de Nazaré.
Abriu seu coração ao Amigo, dizendo que era um trapo de mulher e que seria difícil ser aceita por Deus, já que cometera tantos desatinos, por onde começar, ou recomeçar?
O Mestre, com o olhar sempre compassivo, apontou pela janela um determinado quadro e lhe perguntou: - O que vês lá minha filha? Ela observou o quadro e respondeu:
- Vejo uma casa em ruínas, Senhor.
- E então, não vês que ela está recoberta com lindos ramos e flores? Se Deus lança sobre os escombros de uma casa em ruínas as formosas Buganvilles, o que não lançará sobre um de seus filhos que queira mudar a paisagem íntima?
Naquele instante os olhos de Maria se encheram de lágrimas, sinceramente brotadas das profundezas da alma. Uma onda diferente lhe invadia a alma agora. Era como se um suave perfume penetrasse sua intimidade, abrindo um horizonte novo: a esperança nascia.
Revitalizada pelas palavras do profeta de Nazaré, Maria de Magdala logo deu início à obra de redenção particular. Entendia agora o que Jesus quis dizer com as flores recobrindo a casa em ruínas. Sentia que era a oportunidade bendita que a misericórdia divina lhe oferecia para refazer os caminhos equivocados. Passou a atender os sofredores, os desalentados, os mortos-vivos corroídos pela lepra. Nesse mistério, na medida em que aliviava o sofrimento alheio, Deus lhe supria as forças e lhe iluminava a alma esombrecida.
Foi assim que a mulher equivocada logrou superar as dificuldades do caminho, superando-se a si mesma. Foi assim que Maria de Magdala conseguiu perdoar-se. Conseguiu empreender a caminhada para a felicidade que Jesus afirmou a todos ser possível, com as palavras: "Quem quis vir após mim, tome a cruz, negue-se a sal mesmo e siga-me". Ela negou-se a si mesma, esqueceu as carências e apostou tudo na felicidade que haveria de vir logo mais, e conseguiu seu intento.
PENSAMENTO: Se as vezes nos sentirmos como se estivéssemos em escombros, lembremos a afirmativa de Jesus: "Se Deus lança sobre uma casa em ruínas flores perfumadas, o que não lançará sobre um de seus filhos que queira mudar a paisagem íntima?" Deus nos oferece sempre uma nova chance de acerto. Enfeita a nossa vida com as belezas naturais. Permite o perfume das flores, o canto dos pássaros, a amizade sincera, a companhia dos afetos. A nós só resta a decisão firme de mudar a nossa paisagem interior. Roguemos a Deus que nos sustente as forças e comecemos, sem demora, essa empreitada.


Fontes:


NHMI Curitibal 11.12.95 - Momento Espírita NR 155 Pág. 23
O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec
Renovando Atitudes – Hammed/Francisco E.S.Neto

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